Segundo a psicóloga para o jogador ter um bom desempenho tem que ter um “certo stress” no corpo, se o jogador não tiver um determinado stress, o seu desempenho cai, e como consequência interfere seu conhecimento técnico arquivado no cerebelo. O atleta pensa numa jogada, selecionada dentre tantas, e manda a mensagem para o cerebelo executá-la com a coordenação motora automatizada pela repetição do treinamento técnico. O sistema nervoso através das sinapses dos neurônios faz a ordem chegar aos músculos donde executa a jogada final. Esse caminho funciona bem com um certo stress que alguns psicólogos chamam de Eustress (stress ideal, stress bom..), já a Dra. Sonia Román chama de Eutress.
Se esse caminho que vai ser usado pela coordenação motora estiver com excesso de stress os músculos ficarão muito tensos, e a mensagem não será passada com maestria, nesse caso, entrando no stress maligno ou distress. No outro oposto do stress estão os músculos muito relaxados, quando o jogador pode estar na zona de conforto com rompantes narcísicos, quando acha que não precisa de muita concentração, muito treino, pois já nasceu privilegiado. A tristeza e o desanimo também podem entrar nessa área.
O papel do psicólogo é saber em que nível de stress o atleta está, se no ideal, se muito estressado ou se na zona de conforto. O psicólogo afinará esse jogador, tirando-o do stress máximo, diluindo a ansiedade do medo, do pânico, das tensões das cobranças, melhorando a disfunção de seu pensar, tornando suas cognições mais funcionais para que entre na ativação ideal. E para aqueles que estão demasiadamente calmos fazer com que se tensionem, levando-os a um bom stress de desempenho que é o foco da psicologia do esporte.
Atualmente uma das maiores dificuldades da psicologia esportiva é a falta de informação dos técnicos sobre o trabalho do psicólogo, que demonstram resistência pela falta de conhecimento. O técnico tem bons conhecimentos de dinâmicas, técnicas e táticas de jogadas, mas deixam a desejar sobre o estado psicológico desses jogadores. Se o jogador tem um mau desempenho, o técnico manda-o para o banco de reserva, uma punição que funciona como reforço negativo para não demonstrar o comportamento de não jogar bem. Não querendo ficar no banco o jogador começa a ter rompantes de raiva e pode começar a pensar “Esse lugar não é pra mim, o que o técnico esta pensando? “Ele vai ver só quando eu entrar... vou fazer dois gols para calar a boca de todo mundo”. Essa raiva é motivacional mas não é adequada para o trabalho da motivação pois é condicionante: se não jogar bem, não volta. Assim o atleta desconhece quais os pensamentos anteriores ao jogo que levou-o a jogar mal: se desanimo, zona de conforto, ansiedade etc. Com esse método o técnico terá resultados momentâneos eliciados pela raiva do atleta mas não serão estados duradouros. Com os métodos da psicologia o jogador ganha consciência sobre os pensamentos que o levaram ao banco e a razão pela qual não jogou bem. Com conhecimento de técnicas psicológicas como o desafio dos pensamentos, o jogador muda sua maneira de pensar para que não volte ao banco de “bobeira” . Se estava na zona de conforto, por exemplo, saberá mudar sua frequência de calma para eutress. Ao ganhar conhecimento do que fazer consigo mesmo, torna-se seu próprio terapeuta e não dependerá de comportamentos alheios a si para mudar.
9 comentários:
Sonia Román tenho seu livro e posso te dizer que ele me ajuda muito, com os meus meninos que no futsal.
Seu livro deveria ser mais divulgado o conteudo dele é excelente, Parabéns.
Admiro pessoas que nem vc que fazem a diferença na profissão que escolhe, essa entrevista foi muito valida a todos que ama psicologia e esporte.
Falta de informação palavra chave quando se fala em psicologo.
Psicólogo do Santos Futebol Clube, sou santista desde criança e não sabia que o time tem psicologo, legal essa entrevista, já me acrescentou algo.
Muito boa a entrevista...não conhecia ela.. me interessei pelo livro, quero ler.
Madruguei por causa dessa entrevista.
Parabéns Fellipe Augusto, Sucesso aii adoreii a entrevista..
Olá a todos,
Eu costumo jogar futebol com meus amigos, e geralmente apresento um bom desempenho, até de destaque entre os demais. Porém, quando eu jogo um campeonato, meu desempenho é péssimo. As jogadas não ocorrem como o esperado, os dribles não acontecem como deviam, simplesmente travo. A parte ruim é que as pessoas me credibilizam e depositam confiança em mim para jogar o campeonato, e acabo não correspondendo.
Alguem mais passa por algo assim?
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